segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Discurso do Papa nos 50 anos de Abertura do CVII

BÊNÇÃO DO PAPA BENTO XVI 

AOS PARTICIPANTES DA PROCISSÃO DE VELAS
ORGANIZADA PELA AÇÃO CATÓLICA ITALIANA
Quinta-feira, 11 de Junho de 2012


Prezados Irmãos e Irmãs

Boa tarde a todos vós e obrigado por terdes vindo. Obrigado também à Ação católica italiana, que organizou esta procissão de velas.

Há cinquenta anos, neste dia, também eu estava aqui na Praça com o olhar voltado para esta janela, de onde o Papa bom, o Beato Papa João, nos falou com palavras inesquecíveis, palavras cheias de poesia, de bondade, palavras do coração.

Éramos felizes — diria — e cheios de entusiasmo. O grande Concílio ecuménico tinha sido inaugurado; estávamos certos de que devia vir uma nova primavera da Igreja, um novo Pentecostes, com uma presença renovada da graça libertadora do Evangelho.

Também hoje estamos felizes, trazemos a alegria no nosso coração, mas diria um júbilo talvez mais sóbrio, uma alegria humilde. Nestes cinquenta anos aprendemos e experimentamos que o pecado original existe e que se traduz, sempre de novo, em pecados pessoais, que podem também tornar-se estruturas de pecado. Vimos que no campo do Senhor há sempre o joio. Vimos que na rede de Pedro se encontram também peixes maus. Vimos que a fragilidade humana está presente também na Igreja, que a barca da Igreja continua a navegar inclusive com vento contrário, com tempestades que ameaçam a barca, e às vezes pensamos: «O Senhor dorme e esqueceu-nos».

Esta é uma parte das experiências feitas ao longo destes cinquenta anos, mas também vivemos uma renovada experiência da presença do Senhor, da sua bondade, da sua força. O fogo do Espírito Santo, o fogo de Cristo não é um fogo devorador, destrutivo; é um fogo silencioso, é uma pequena chama de bondade, de bondade e de verdade, que transforma, dá luz e calor. Vimos que o Senhor não nos esquece. Também hoje, à sua maneira, humilde o Senhor está presente e transmite calor aos corações, mostra vida, cria carismas de bondade e de caridade que iluminam o mundo e são para nós garantia da bondade de Deus. Sim, Cristo vive, está connosco também hoje, e podemos ser felizes inclusive hoje, porque a sua bondade não se apaga; é forte também hoje!

No final, ouso fazer minhas as palavras inesquecíveis do Papa João: «Ide para casa, dai um beijo às crianças e dizei-lhes que é do Papa».

Neste sentido, de todo o coração concedo-vos a minha Bênção: «Bendito seja o nome do Senhor...».


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